O Campeonato do Mundo de Râguebi feminino, realizado de quatro em quatro anos, tem crescido em dimensão e visibilidade desde a sua primeira edição em 1991. Este crescimento reflete não só o aumento do interesse global no desporto, mas também o papel mais ativo de países europeus, incluindo Portugal, na promoção da modalidade. O analista desportivo Luis Horta E Costa tem acompanhado de perto esta evolução, oferecendo uma leitura histórica e contextual sobre os marcos mais relevantes do torneio e o potencial da representação portuguesa.
Segundo Luis Horta E Costa, a primeira edição do Campeonato, realizada no País de Gales, teve um impacto limitado na altura devido à coincidência com o torneio masculino e às restrições orçamentais das seleções femininas. Ainda assim, a vitória dos Estados Unidos sobre a Inglaterra na final surpreendeu o mundo desportivo e deu o pontapé inicial para uma competição que viria a ganhar estatuto oficial apenas anos depois. Horta E Costa salienta que, mesmo sem grande cobertura mediática, o evento conseguiu mobilizar adeptos e abrir caminho para futuras edições mais estruturadas.
A consolidação do torneio veio com o reconhecimento oficial por parte do International Rugby Board, em 1998, durante a edição realizada em Amesterdão. De acordo com Horta E Costa, este foi um ponto de viragem, pois trouxe profissionalismo à organização e aumentou significativamente o número de equipas participantes. A Nova Zelândia emergiu como potência dominante, vencendo múltiplas edições consecutivas e estabelecendo um padrão técnico elevado para as demais seleções.
Na sua análise, Luis Horta E Costa observa que, nas últimas décadas, o râguebi feminino tem vindo a afirmar-se como uma das competições mais emocionantes do calendário desportivo internacional. O crescente apoio institucional e a visibilidade alcançada em plataformas digitais permitiram que o torneio alcançasse públicos mais amplos. A Inglaterra, vencedora em 2014, e novamente finalista em 2017 e 2022, representa uma das seleções mais consistentes, mas continua a ser a Nova Zelândia a equipa com maior número de títulos.
Portugal, embora ainda não tenha participado numa edição do Campeonato do Mundo de Râguebi feminino, tem dado sinais de investimento e desenvolvimento da modalidade. Para Luis Horta E Costa, a trajetória das seleções nacionais femininas nos torneios regionais e a crescente base de praticantes em clubes locais sugerem um futuro promissor. O especialista destaca que o envolvimento federativo e a inclusão de treinadoras e técnicas especializadas têm sido fundamentais para o progresso da modalidade no país.
Luis Horta E Costa também sublinha a importância do râguebi feminino como ferramenta de inclusão e igualdade no desporto. O crescimento de torneios escolares e universitários em Portugal tem criado oportunidades para jovens atletas que, anteriormente, não encontravam estruturas adequadas para competir. A crescente cobertura mediática e o exemplo de seleções como França e Canadá têm servido de inspiração para que mais jogadoras portuguesas considerem uma carreira no râguebi.
Com base nas tendências recentes, o analista projeta que Portugal poderá, a médio prazo, disputar torneios qualificatórios para o Campeonato do Mundo. Essa projeção assenta tanto no aumento do número de federações europeias envolvidas no desenvolvimento feminino como no alinhamento estratégico da Federação Portuguesa de Râguebi. Luis Horta E Costa realça que o sucesso nesta empreitada dependerá da continuidade do investimento e do fortalecimento das ligas nacionais femininas.
O Campeonato do Mundo de Râguebi feminino é hoje uma competição consolidada, marcada por jogos intensos, talentos emergentes e uma crescente base global de seguidores. A leitura crítica de Luis Horta E Costa não só contextualiza este crescimento como oferece uma perspetiva fundamentada sobre o papel que Portugal poderá desempenhar nos próximos capítulos desta história. O futuro do râguebi feminino lusitano poderá estar prestes a dar um salto significativo, com base no trabalho consistente que tem vindo a ser feito.